Gordura no fígado: hepatologista alerta sobre bebidas que podem agravar o problema e comprometer a saúde hepática
- edufribeiro07
- 31 de out.
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O aumento dos casos de gordura no fígado condição conhecida como esteatose hepática — tem acendido um alerta entre médicos e nutricionistas. Estudos recentes mostram que 1 em cada 3 brasileiros apresenta algum grau de acúmulo de gordura no fígado, muitas vezes sem perceber. A doença, silenciosa e potencialmente grave, está relacionada ao sedentarismo, à má alimentação e ao consumo excessivo de bebidas prejudiciais ao metabolismo hepático.
Segundo o hepatologista Dr. André Carvalho, do Hospital das Clínicas de São Paulo, o consumo frequente de refrigerantes, bebidas alcoólicas e energéticos está entre os principais fatores que sobrecarregam o fígado e aceleram o acúmulo de gordura. “Essas bebidas combinam alto teor de açúcar, adoçantes artificiais e substâncias inflamatórias, que aumentam a resistência à insulina e favorecem o depósito de gordura nas células hepáticas”, explica o especialista.
O médico alerta que o problema não se limita apenas ao álcool. Refrigerantes e sucos industrializados, por exemplo, contêm frutose em excesso, um tipo de açúcar que o fígado metaboliza diretamente. “Mesmo sem álcool, essas bebidas promovem o acúmulo de triglicerídeos e podem levar à esteato-hepatite, estágio inflamatório da gordura no fígado, que pode evoluir para cirrose e câncer hepático se não tratada a tempo”, adverte.
Entre as bebidas mais perigosas para o fígado, estão as alcoólicas destiladas (como vodca, uísque e cachaça), os energéticos com alto teor de cafeína e taurina, além dos refrigerantes de cola e sucos artificiais concentrados. Já os sucos naturais sem açúcar, a água e o chá verde são apontados como alternativas benéficas, capazes de auxiliar no metabolismo e na eliminação de toxinas. “O consumo de água em boa quantidade é a principal medida para proteger o fígado e manter o equilíbrio metabólico”, reforça o hepatologista.
Dr. Carvalho ressalta ainda que a reeducação alimentar e o controle de peso são pilares no tratamento da esteatose. Alimentos ultraprocessados, frituras e carboidratos simples devem ser reduzidos, enquanto frutas, legumes, grãos integrais e proteínas magras devem ser priorizados. A prática regular de atividade física também é fundamental para melhorar a sensibilidade à insulina e reduzir o acúmulo de gordura hepática.
A esteatose hepática é reversível quando diagnosticada precocemente. Por isso, o especialista recomenda check-ups anuais com exames de sangue e ultrassonografia abdominal, especialmente para pessoas com obesidade, diabetes, colesterol alto ou histórico familiar de doenças hepáticas. “O fígado é silencioso, mas quando dá sinais, o dano já pode estar avançado. Cuidar dele é uma questão de prevenção e qualidade de vida”, conclui o médico.





