Gastronomia de Salvador Vive Nova Era com Chefs Jovens e Cozinhas de Autor

A cena gastronômica de Salvador atravessa um momento de renovação e efervescência criativa. Nos últimos dois anos, a cidade viu surgir uma geração de chefs jovens, negros e periféricos, que estão reinterpretando a culinária baiana com técnicas contemporâneas, ingredientes sustentáveis e narrativas identitárias.

Entre os nomes em destaque estão Ícaro Santana (Restaurante Omi), que resgata o uso do dendê artesanal e de frutos do Recôncavo; Lívia Bastos (Cozinha da Laje), que mistura moquecas tradicionais com técnicas de fermentação e charcutaria vegetal; e Caio Britto (Maré Alta), conhecido por harmonizar frutos do mar com vinhos naturais e drinques autorais.

O movimento acompanha uma mudança de comportamento do público, que busca experiências mais autênticas e sustentáveis, além de restaurantes de menor porte, onde o chef tem presença direta no serviço. Essa transformação é apoiada por programas da Prefeitura de Salvador e do Ministério da Cultura, que passaram a incentivar microempreendedores gastronômicos e cozinhas experimentais nos bairros do Santo Antônio, Rio Vermelho e Comércio.

Segundo dados da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-BA), Salvador teve um crescimento de 22% no número de empreendimentos gastronômicos autorais entre 2023 e 2025, e a gastronomia já responde por 38% do fluxo turístico urbano da cidade.

A consolidação dessa nova cena coloca Salvador entre os principais destinos gastronômicos do país, ao lado de São Paulo e Recife, e desperta o interesse de plataformas internacionais como o Latin America’s 50 Best Restaurants, que incluiu dois restaurantes baianos em sua pré-lista de 2025.