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Panificação artesanal cresce e atrai público com pães de longa fermentação

Pão artesanal com alvéolos grandes
Pão artesanal com alvéolos grandes

O setor de panificação artesanal passa por uma verdadeira revolução, impulsionado por consumidores que buscam alimentos mais autênticos, nutritivos e conectados à origem dos ingredientes. Padarias de conceito — antes raras e restritas a grandes capitais — agora se espalham por diversas cidades, consolidando um movimento que combina tradição, ciência e criatividade.


O grande protagonista dessa evolução é o pão de longa fermentação, geralmente produzido com fermento natural (levain) cultivado pelos próprios padeiros. A técnica, que exige paciência e precisão, permite que o glúten seja quebrado de forma mais eficaz, resultando em pães mais leves, saborosos e de digestão mais fácil. Esses produtos também exibem características marcantes, como casca caramelizada, miolo aerado e aroma complexo — atributos difíceis de alcançar em processos industriais.


Muitas padarias abriram o processo ao público, criando laboratórios envidraçados onde o cliente acompanha cada etapa: mistura das farinhas, repouso da massa, dobra, modelagem e cocção em fornos de lastro. Essa transparência reforça a confiança dos consumidores e fortalece a imagem da padaria como espaço cultural, não apenas comercial.


Outro ponto forte é a aposta em ingredientes premium: farinhas de moagem lenta, manteigas fermentadas, sal mineral, azeites de origem controlada e grãos orgânicos hidratados por longos períodos. Além disso, receitas tradicionais de vários países são reinterpretadas com toques locais — como ciabattas com azeite brasileiro, sourdough de cacau amazônico ou baguetes enriquecidas com castanhas do Cerrado.


O movimento também promove conhecimento gastronômico. Workshops, cursos de panificação, degustações orientadas e eventos temáticos se multiplicam, atraindo desde amadores curiosos até chefs profissionais. Esse crescimento cria uma nova economia ao redor do pão artesanal, envolvendo moinhos independentes, produtores de grãos e marcas especializadas em utensílios de panificação.


No cenário gastronômico, a panificação artesanal deixa de ser tendência para se tornar parte estruturante do repertório culinário das cidades, conectando tradição, técnica e identidade regional.

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