Salvador Capital Afro 2025 traz mais de 50 atividades culturais e reforça afroturismo
- Cauã Costa
- 19 de nov.
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O Novembro Salvador Capital Afro 2025 chega à sua nova edição consolidado como o maior movimento de valorização da cultura afro-brasileira no país. Organizado pela Prefeitura de Salvador, por meio da Secretaria de Cultura e Turismo (Secult), o projeto apresenta mais de 50 atividades gratuitas, espalhadas entre o Centro Histórico, Comércio, Subúrbio Ferroviário, Cidade Baixa e bairros como Liberdade e Rio Vermelho — todos considerados territórios de forte referência histórica da população negra.
A iniciativa se estende até o início de dezembro, posicionando Salvador como um dos principais destinos de afroturismo da América Latina, atraindo viajantes interessados em vivências culturais, espiritualidade de matriz africana, gastronomia ancestral, moda preta e manifestações artísticas que reforçam a capital baiana como um polo global de negritude.
O evento ganha força no Dia da Consciência Negra com uma apresentação especial de Léo Santana, que deve reunir milhares de pessoas na Praça Maria Felipa, espaço que se tornou símbolo de resistência feminina afro-brasileira. A programação também inclui shows de artistas emergentes da nova cena afro-pop soteropolitana, valorizando grupos de percussão, DJs, cantoras de samba-reggae e bandas independentes.
O projeto Cinema Clube Bocas de Brasa exibe filmes produzidos por cineastas negros baianos, seguidos de rodas de conversa sobre narrativas afrocentradas, representatividade e memória social. O objetivo é fomentar a produção audiovisual local e fortalecer o mercado criativo, incentivando diretores e roteiristas jovens.
O evento incorpora o Festival Feira Preta, maior plataforma de moda e empreendedorismo negro da América Latina. Desfiles, oficinas e feiras fortalecem marcas de estilistas afro-baianos que trabalham com estética ancestral, estampas simbólicas, turbantes e acessórios de identidade cultural. A expectativa é movimentar significativamente o setor de economia criativa, com aumento nas vendas de produtos autorais.
Guias especializados promovem roteiros que passam por locais como o Pelourinho, a Igreja do Rosário dos Pretos, o Museu Afro da Bahia, além de casas culturais dedicadas à memória da diáspora africana. Esses percursos integram narrativas de resistência e reafirmam a relação entre Salvador e sua herança africana.
Oficinas culinárias conduzidas por chefs e mães de santo apresentam pratos como acarajé, xinxim, amalá, caruru e moquecas tradicionais — explicando origens, ingredientes, significados espirituais e conexão com os terreiros. A gastronomia afro é tratada como patrimônio e vetor econômico.
A expectativa da prefeitura é que o evento impulsione significativamente os setores de turismo, cultura e serviços. Hotéis, restaurantes e agências de turismo registram aumento expressivo na movimentação, especialmente de visitantes internacionais atraídos pela temática afro. Além disso, o Capital Afro fortalece a imagem de Salvador como cidade de referência global na construção da autoestima negra e na defesa da ancestralidade.
O programa também abre espaço para formação profissional, oferecendo cursos de audiovisual, moda, dança, música e gestão cultural a jovens de comunidades periféricas, contribuindo para inclusão e geração de renda sustentável.





