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“Microaposentadoria” é a nova tendência da Geração Z para conciliar trabalho e saúde mental

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Nos últimos anos, surge com força um fenômeno que está redesenhando a forma como a Geração Z enxerga o trabalho e os períodos de descanso: a chamada “microaposentadoria”. Esse conceito consiste em pausas estratégicas antes da aposentadoria tradicional em que o indivíduo se afasta do emprego por alguns meses ou ano, para viajar, aprender, se reinventar ou simplesmente recuperar-se.


Para muitos jovens dessa geração, a lógica é diferente da das gerações anteriores. Em vez de acumular décadas de trabalho contínuo com o plano de “descansar lá na frente”, eles valorizam qualidade de vida, bem-estar psicológico e experiências significativas hoje. Isso se dá em parte pelo cenário de instabilidade econômica, digitalização acelerada, preocupações com saúde mental e sensação de que o futuro não oferece garantias tradicionais.


O emprego da microaposentadoria não significa abandono da carreira ou passar para “não trabalhar nunca mais”. Ao contrário: trata-se de alternar fases de alta atuação profissional com pausas planejadas seja para projetos pessoais, estudos intensivos ou descanso prolongado antes de retornar ao mercado de trabalho ou mudar de foco. Essa prática gera uma visão mais flexível da trajetória profissional, onde “fazer carreira” não implica necessariamente seguir um modelo linear de 9h-17h até os 65 anos.


Há, no entanto, desafios e condicionantes. Para que a microaposentadoria seja viável, é necessário planejamento financeiro, entender participação no mercado de trabalho, compatibilidade com contratos ou empregos flexíveis, e alguma margem de segurança para lidar com períodos sem rendimento. Em países ou contextos com alta informalidade ou sem redes de proteção, essa estratégia pode demandar ainda mais cuidado.


Para as organizações, essa tendência exige repensar políticas de retenção, atração de talentos e bem-estar no trabalho. Empresas que continuarem presas a modelos rígidos de jornada e carreira podem enfrentar maior rotatividade e desengajamento entre profissionais mais jovens, para quem não basta “ter emprego”, mas sim trabalhar com saúde mental preservada, propósito e equilíbrio.


Em suma, a microaposentadoria reflete uma mudança de paradigma: o trabalho continua importante, mas não mais como única via de significado ou sucesso. Para a Geração Z, o tempo fora do trabalho seja para descanso, exploração ou crescimento pessoal torna-se parte integrante da vida profissional. Essa nova filosofia abre espaço para trajetórias mais sustentáveis e com menor risco de esgotamento algo cada vez mais relevante num mundo em que saúde mental e bem-estar estão na linha de frente.

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