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Maioria das mulheres enfrenta sozinha os sintomas da menopausa, revela pesquisa

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Um levantamento recente conduzido pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) revelou um dado preocupante: mais de 60% das mulheres brasileiras enfrentam a menopausa sem acompanhamento médico adequado. A pesquisa, realizada em 2025 com mais de 3 mil entrevistadas em todo o país, aponta que a falta de informação, o estigma e o acesso limitado à saúde contribuem para que muitas mulheres vivam esse período de forma solitária, sem apoio físico ou emocional.


A menopausa marca o fim do ciclo reprodutivo feminino e costuma ocorrer entre os 45 e 55 anos, sendo caracterizada pela interrupção da menstruação por 12 meses consecutivos. O processo, porém, envolve uma série de alterações hormonais que impactam o corpo e a mente, incluindo ondas de calor, insônia, ganho de peso, irritabilidade, ressecamento vaginal e queda da libido. Apesar desses sintomas intensos, apenas uma em cada quatro mulheres procura acompanhamento regular durante a transição.


Segundo a ginecologista e endocrinologista Dra. Helena Mota, a desinformação ainda é um dos principais obstáculos. “Muitas mulheres acreditam que a menopausa é algo que precisa ser simplesmente suportado. Mas hoje há recursos seguros e eficazes que ajudam a reduzir os sintomas e melhorar a qualidade de vida”, explica. Entre as opções estão a terapia de reposição hormonal (TRH), quando indicada por um profissional, e mudanças no estilo de vida, como prática de exercícios, alimentação balanceada e cuidados com a saúde mental.


O levantamento também mostra que 70% das mulheres relatam impacto emocional durante o período, com sentimentos de solidão e queda na autoestima. A ausência de diálogo sobre o tema, tanto em casa quanto no ambiente de trabalho, reforça o isolamento. “A menopausa ainda é tratada como tabu, e isso impede que as mulheres conversem sobre o que estão sentindo. É fundamental naturalizar o tema e promover espaços de acolhimento”, afirma Fernanda Lima, psicóloga especialista em saúde feminina.


Nos últimos anos, campanhas públicas e privadas vêm tentando mudar essa realidade, incentivando o cuidado contínuo com a saúde feminina em todas as fases da vida. Clínicas especializadas e programas de saúde integrativa têm surgido para oferecer acompanhamento multidisciplinar, envolvendo ginecologistas, nutricionistas, psicólogos e educadores físicos. “A menopausa não é o fim da vitalidade, mas uma nova etapa que pode ser vivida com equilíbrio e bem-estar”, reforça a Dra. Helena.


Os especialistas destacam ainda a importância de políticas públicas que garantam o acesso gratuito a exames, acompanhamento psicológico e tratamentos hormonais, especialmente no Sistema Único de Saúde (SUS). Em um país onde mais da metade da população feminina está na faixa etária próxima à menopausa, falar sobre o tema é falar sobre qualidade de vida e dignidade. A mensagem é clara: nenhuma mulher deveria passar por essa fase sozinha.


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