Copom mantém Selic em 15% e sinaliza manutenção prolongada diante de inflação persistente
- edufribeiro07
- 23 de set.
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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter a taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano, marcando o segundo encontro consecutivo sem cortes. Essa taxa é próxima do patamar mais alto em quase duas décadas.
A decisão reflete uma constatação de que, embora haja melhoria gradual nos índices de inflação, ainda há sinais de que as expectativas inflacionárias continuam desniveladas, o que exige cautela.
Em especial, o setor de serviços passou a ganhar atenção, já que pressões de custo e demanda local têm mantido o IPCA aquém da meta em vários meses.
Outra questão-chave foi o câmbio: a valorização relativa do real tem ajudado a aliviar pressões importadas sobre os preços, mas isso pode não ser suficiente para segurar custos nos segmentos industriais que dependem de matérias-primas estrangeiras.
Apesar da manutenção da taxa, o Banco Central enfatizou que observará de perto indicadores econômicos para avaliar se o patamar atual é suficiente para conduzir a inflação rumo à meta formal de 3% ao ano, com tolerância de ±1,5 ponto percentual.
Para 2026, há maior consenso de mercado de que a Selic poderá recuar, mas de forma gradual. O Boletim Focus aponta projeção de Selic encerrando 2026 em 12,25% ao ano, contra previsões anteriores mais altas.
A expectativa para o IPCA também foi revisada para 2025, permanece em cerca de 4,8%, enquanto para 2026 há ligeira queda estimada, mostrando alguma confiança de que a política de juros elevado já começa a surtir efeito.
Por fim, economistas alertam que, embora a Selic permaneça alta, três variáveis serão determinantes nos próximos meses: confiança dos consumidores e empresas, evolução dos preços internacionais (especialmente energia e commodities), e risco fiscal. Qualquer desequilíbrio nesses pontos poderá demandar nova intervenção do BC, seja para manter ou até subir a taxa, se necessário.





