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Festival Literário São Félix conta suas Yabás movimenta Recôncavo

Lucineide Souza escreveu o livro Memórias de uma Menina da Ladeira.
Lucineide Souza escreveu o livro Memórias de uma Menina da Ladeira.

De 5 a 7 de setembro, São Félix celebra a literatura negra feminina e a cultura Sanfelixta em uma programação de peso que inclui mesas literárias, lançamentos de livros, atividades para crianças e muito samba de roda. O Festival Literário São Félix Conta Suas Yabás, um evento que promete movimentar a cena cultural do Recôncavo e valorizar a força da literatura negra feminina.


O festival chega como uma iniciativa inédita que coloca no centro da programação autoras e mestras do território, além de convidadas de renome nacional e baiano. Entre as presenças confirmadas estão Carla Akotirene, referência em identidade e estudos sobre interseccionalidade no Brasil, além das escritoras baianas Kátia Borges e Nega Fyah. Somam-se a elas as vozes de Dona Chica do Pandeiro e Dona Maria do Armazém, mulheres que são expressão viva da história e da cultura popular baiana. A mesa de abertura contará com a presença de Mayara Santos, pesquisadora que estudou a vida da Sanfelixta Maria Odila primeira médica do Brasil.


A proposta do evento é dar protagonismo às Yabás – mulheres que escreveram e escrevem a história do território – evidenciando o papel fundamental dessas figuras na construção cultural, social e religiosa da região. A história do festival também se conecta diretamente à memória local. Foi a partir da Fonte dos Milagres, que a cidade viveu uma profunda transformação cultural e religiosa. Nesse cenário cresceu Lucineide Souza, idealizadora e curadora do festival a “menina da ladeira”, que presenciou a chegada das romarias, o fortalecimento do comércio popular e a força de mulheres como sua mãe, dona Lucinha, charuteira e guardiã da fonte. Inspirada por essas vivências, Lucineide escreveu o livro Memórias de uma Menina da Ladeira, obra que reafirma a importância das histórias contadas a partir das experiências de quem vive e constrói o território Sanfelixta.


A programação será distribuída em diferentes espaços temáticos, os chamados Terreiros, que dialogam com a tradição e a identidade do Recôncavo, no Terreiro da Palavra Matriarcas do Recôncavo (Av. Salvador Pinto – Porto) acontecerão as mesas literárias e atrações musicais, no Terreiro Santa Bárbara (Ladeira do Milagre) exposição e visitação da gruta, no Terreiro Erês (Clube Renascer – Av. Salvador Pinto) será o espaço dedicado às crianças, com contação de histórias e apresentações de nomes como Mário Sankofa, Paula Anias e Letícia Paulina, além de atividades culturais e musicais e no Terreiro Ancestralidades Itinerantes (pavilhão dois de julho – UFRB de São Félix) acontecerão oficinas de escrita criativa.


A programação do festival reúne mesas literárias que abordam temas atuais e de grande relevância, com destaques para os debates sobre escrevivência, publicações de resistência e potência da oralidade como registro e preservação das memórias das nossas Yabás, além de reflexões sobre a literatura como espaço inclusivo e sem barreiras. O público também terá a oportunidade de acompanhar lançamentos de livros de diferentes gêneros, que reforçam a diversidade da produção literária contemporânea trazendo para este espaço o autor Valdeck Almeida e as autoras Valdicinéa Aragão e Iza Lobo.


O Festival ainda contará com atrações musicais, com muito samba de roda do Recôncavo, incluindo grupos tradicionais como o Samba de Roda Filhos de Nagô, Samba Chula de São Braz e ainda participações de Ana Paula Albuquerque acompanhada de Gabi Guedes e Felipe Guedes e Vítor da Trindade reforçando a diversidade festiva do encontro. Além disso, uma área especial de recreação infantil à beira do Rio Paraguassu oferecerá atividades para as crianças, em um ambiente de afeto, acolhimento e celebração cultural. Com uma programação diversa que inclui literatura, música, oficinas e atividades para todas as idades, o “Festival Literário São Félix Conta Suas Yabás” nasce para valorizar a identidade Sanfelixta, celebrar a cultura do Recôncavo e honrar o legado das mulheres que marcaram e continuam marcando a história do território.


 
 
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