Fazenda revisa estimativas de PIB e inflação para 2025: crescimento cai para 2,3%, inflação se estabiliza em torno de 4,8%

O Ministério da Fazenda publicou nova projeção econômica para 2025 com recuo no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). A estimativa foi ajustada para 2,3%, contra a previsão anterior de cerca de 2,5%. Essa desaceleração reflete, em grande parte, o efeito de uma política monetária restritiva com a Selic alta e o impacto de choques externos sobre os custos de produção no Brasil.

No campo da inflação, a previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2025 ficou estável em 4,8%, ligeiramente inferior à estimativa anterior, mas ainda acima do centro da meta oficial. O Ministério manteve também projeção para 2026, com inflação prevista em torno de 3,6%, já mais próxima das metas do Banco Central.

O ajuste considera melhora nos preços no atacado, especialmente agroindustrial, e também uma oferta global de bens relativamente elevada, o que ajuda a aliviar pressões importadas. Outra variável importante é a valorização do real, que reduz o custo dos insumos importados, contribuindo para o recuo inflacionário.

Mesmo com crescimento menor, as projeções para 2026 não foram alteradas significativamente, ficando em 2,4% para o PIB, o que indica que o governo espera uma retomada gradual da atividade econômica.

Setores de destaque que podem puxar esse crescimento adiante são agropecuária, serviços, e indústrias ligadas à exportação, especialmente aquelas que se beneficiam da demanda externa, se as barreiras tarifárias se mantiverem sob controle.

Já os riscos persistem: deterioração do crédito, instabilidade cambial e choques externos como elevação dos preços de energia ou insumos agrícolas podem pressionar o cenário para baixo.

Além disso, há expectativa de que juros elevados por mais tempo (como Selic mantida em 15%) limitem o investimento privado, sobretudo em bens duráveis e infraestrutura, retardando o ciclo de expansão mais robusta.