Estudo relaciona idade de receber o primeiro celular a riscos de saúde
- edufribeiro07
- há 6 dias
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Um novo estudo internacional tem levantado alertas sobre os possíveis riscos à saúde associados ao momento em que crianças e adolescentes recebem o seu primeiro celular. A pesquisa sugere que quanto mais cedo essa introdução ocorre, maiores podem ser as chances de problemas relacionados ao bem-estar físico e psicológico ao longo do tempo. Embora os pesquisadores ressaltem que não se trata de uma relação determinística ou seja, nem toda criança que recebe cedo desenvolverá problemas os dados apontam para uma tendência preocupante, que exige reflexão por parte de pais, educadores e formuladores de políticas públicas.
Segundo os autores do estudo, a exposição prolongada a dispositivos móveis desde muito cedo pode interferir em padrões de sono, favorecer sedentarismo, intensificar o uso de redes sociais e, consequentemente, aumentar riscos de ansiedade, depressão, isolamento social e dificuldades de atenção em crianças e adolescentes. A facilidade de acesso a conteúdos digitais e a sobrecarga de estímulos estimulam o uso excessivo, o que poderia agravar vulnerabilidades já existentes ou mesmo gerar novos desequilíbrios emocionais.
Além disso, há evidências de que o uso precoce de celulares está associado a posturas prolongadas — como ficar horas em tela, o que pode comprometer a saúde física: cansaço visual, dores no pescoço e nas costas, e problemas posturais que podem se agravar com o tempo. A combinação de sedentarismo, menos atividades ao ar livre e telas intensivas pode contribuir para quadros de obesidade infantil, dificuldades de concentração e menor qualidade de vida.
Para os pesquisadores, os resultados apontam para a necessidade de limites claros no uso de dispositivos por crianças tanto em termos de idade para receber o primeiro aparelho quanto de duração e horário de uso. A recomendação é que pais e responsáveis acompanhem de perto o comportamento digital dos jovens, promovendo equilíbrio entre tecnologia, atividades físicas, sono adequado e interações sociais presenciais. Especialistas ouvidos pelo estudo defendem também o desenvolvimento de políticas públicas de educação digital que orientem famílias e escolas sobre os impactos potenciais do uso precoce de celulares.
O debate sobre o assunto levanta questões importantes sobre a evolução da tecnologia, os hábitos de consumo digital da sociedade contemporânea e os desafios de educar crianças e adolescentes num mundo hiperconectado. A definição do momento certo para dar o primeiro celular deve levar em conta não apenas a conveniência, mas a maturidade, necessidades de autonomia e, sobretudo, os cuidados com saúde e bem-estar.





