Cometa 3I/ATLAS “sobrevive” à passagem pelo Sol e reaparece em novas observações astronômicas
- edufribeiro07
- 31 de out.
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O cometa interestelar 3I/ATLAS, que despertou a curiosidade de astrônomos em todo o mundo, surpreendeu a comunidade científica ao sobreviver à sua aproximação com o Sol e voltar a ser visível em registros recentes feitos por telescópios terrestres e espaciais. O fenômeno, observado no fim de outubro, contraria as expectativas iniciais de que o corpo celeste se desintegraria completamente devido às altas temperaturas e à intensa radiação solar.
Descoberto em 2019 pelo projeto Asteroid Terrestrial-impact Last Alert System (ATLAS), o 3I/ATLAS é apenas o terceiro objeto interestelar já identificado passando pelo Sistema Solar, depois de ‘Oumuamua e Borisov. De acordo com a NASA, o cometa atingiu seu ponto de maior aproximação do Sol — o periélio — há pouco mais de uma semana, e surpreendentemente manteve parte de sua estrutura e cauda de poeira visível. Essa resistência tem despertado novo interesse entre pesquisadores que tentam compreender sua composição e origem fora do nosso sistema planetário.
Segundo o Instituto de Astrofísica das Canárias (IAC), a reobservação do 3I/ATLAS indica que o cometa é composto por materiais extremamente densos e coesos, diferentes dos cometas comuns, formados por gelo e poeira frágeis. “Esse comportamento reforça a hipótese de que o 3I/ATLAS pode ter se formado em regiões externas e frias de outro sistema estelar, e sido ejetado após interações gravitacionais com planetas gigantes”, explicam os astrônomos em nota.
A “sobrevivência” do cometa abre uma oportunidade inédita para estudar objetos interestelares em trajetória de saída. Normalmente, esses corpos são destruídos ao cruzar o periélio, tornando impossível qualquer análise detalhada. Agora, telescópios como o James Webb Space Telescope e o Very Large Telescope (VLT) devem ser direcionados para captar espectros de luz e identificar os elementos químicos presentes em sua superfície, o que pode ajudar a entender como planetas e sistemas se formam em outras partes da galáxia.
O 3I/ATLAS viaja a uma velocidade estimada em 180 mil km/h e deve permanecer observável por mais algumas semanas antes de desaparecer novamente rumo ao espaço interestelar. Sua reaproximação da Terra não representa qualquer risco, mas o fenômeno está sendo acompanhado por centros astronômicos de todo o mundo por seu valor científico.
Para especialistas, o retorno visual do cometa é uma lembrança da vastidão e da complexidade do universo. “Cada visitante interestelar traz pistas sobre a diversidade de mundos que existem além do nosso. O 3I/ATLAS é uma cápsula do tempo cósmica”, resume o astrônomo norte-americano Michael Bannister, pesquisador da Universidade de Victoria, no Canadá.





