China lança plano global de governança da IA e desafia modelo dos EUA

A China apresentou durante a World Artificial Intelligence Conference (WAIC), em Shanghai, um ambicioso plano de governança global para inteligência artificial, reforçando seu papel como protagonista no debate internacional sobre o futuro da tecnologia. A iniciativa propõe uma abordagem baseada em segurança, cooperação multilateral e supervisão estatal, contrastando diretamente com a visão dos Estados Unidos, que defendem regulamentação mais leve e centrada nas empresas.

O chamado Global AI Governance Action Plan sugere que países compartilhem protocolos comuns de segurança, mecanismos de auditoria e maior transparência no desenvolvimento de modelos de IA. Para autoridades chinesas, a regulação internacional é fundamental para evitar riscos como desinformação em massa, discriminação algorítmica e instabilidade geopolítica.

Embora reconhecido como avanço, especialistas alertam que a própria China enfrenta críticas pela falta de transparência em seus laboratórios de IA, além do uso crescente da tecnologia para monitoramento social e vigilância estatal. Ainda assim, o anúncio é visto como um esforço estratégico para legitimar a liderança chinesa no cenário tecnológico global.

Com a rivalidade entre Pequim e Washington em alta, a disputa sobre quem dita as regras da IA se torna central na corrida tecnológica do século XXI, com impactos diretos sobre economia, defesa e governança global.