Banco Central encerra projeto Drex, a moeda digital brasileira, por falhas técnicas e mudança de rota
- edufribeiro07
- 10 de nov.
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O Banco Central do Brasil anunciou nos últimos dias o encerramento do desenvolvimento da moeda digital Drex conhecida como “real digital” marcando uma mudança significativa nos planos de modernização financeira do país. A decisão foi comunicada internamente às instituições que participavam das fases de teste do projeto e reflete desafios técnicos e regulatórios que impediram sua implementação como originalmente previsto.
Segundo fontes próximas ao processo, uma das principais razões para a descontinuação do projeto foi a dificuldade em conciliar o nível de privacidade exigido com a infraestrutura tecnológica “blockchain” utilizada no Drex. A arquitetura testada não teria atendido aos critérios de sigilo bancário e controle de acesso adequados para o sistema financeiro nacional. Além disso, foi levantado que os custos de transação e a escalabilidade da plataforma também se mostraram elevados fatores que, segundo participantes, inviabilizaram o modelo técnico dentro do prazo previsto.
Drex vinha sendo desenvolvido desde 2020 como versão digital do real, com pilotos envolvendo instituições financeiras e ambições de uso mais amplo em pagamentos, liquidações e contratos financeiros. Com o encerramento da plataforma baseada em blockchain, o Banco Central sinalizou que a continuidade da ideia de moeda digital pode passar por nova infraestrutura ou modelo diferente, com estudos previstos para 2026.
A decisão tem implicações relevadas para o mercado financeiro e de tecnologia no Brasil. De um lado, o fim do Drex ao menos em sua forma original representa um recuo no cronograma de modernização e digitalização monetária que o país vinha promovendo. De outro, abre espaço para discussões sobre quais modelos tecnológicos serão mais adequados para uma CBDC (moeda digital de banco central) brasileira. Especialistas veem que o foco poderá deslocar-se da tecnologia “pura” (blockchain pública) para soluções mais gerenciadas, híbridas ou privadas.
Para os usuários finais, a expectativa de adoção de uma moeda digital controlada pelo Banco Central fica agora em compasso de espera. O cronograma e a forma de implementação foram alterados, o que demanda acompanhamento atento por parte de usuários, instituições financeiras e empresas de tecnologia. A nova fase poderá apresentar menos hype tecnológico e mais foco em eficiência, privacidade e interoperabilidade.
Em suma, o encerramento do Drex não significa necessariamente o abandono da ideia de um real digital no Brasil mas demonstra que o caminho será mais cauteloso, com maior atenção aos riscos tecnológicos, regulatórios e de privacidade. O Banco Central faz uma pausa e reavalia o projeto, enquanto o mercado observa os próximos passos.





