3I/Atlas: sonda da NASA corre risco de ser atingida pelo cometa
- edufribeiro07
- 29 de out.
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A NASA confirmou nesta segunda-feira (28) que a sonda Parker Solar Probe, responsável por estudar o Sol e o ambiente interplanetário, pode ser afetada pela aproximação do cometa 3I/Atlas, um corpo celeste interestelar que atravessa o Sistema Solar em alta velocidade. A agência espacial norte-americana monitora a trajetória do objeto desde o início de outubro e afirma que, embora o risco de colisão direta seja baixo, fragmentos e poeira do cometa podem cruzar a rota da sonda, representando uma ameaça real aos seus instrumentos sensíveis.
O 3I/Atlas é o terceiro cometa interestelar já identificado, ou seja, não originário do Sistema Solar. Ele foi descoberto em 2019 e tem despertado grande interesse científico por sua composição incomum e por ser uma das raras oportunidades de observar um corpo vindo de fora da influência gravitacional do Sol. Estimativas indicam que o cometa viaja a mais de 250 mil km/h, liberando uma grande quantidade de gás e partículas que formam uma extensa cauda justamente o fator que preocupa os engenheiros da NASA.
De acordo com a agência, os cálculos orbitais mostram que a região de poeira e detritos deixada pelo 3I/Atlas pode se aproximar da rota da Parker Solar Probe nos próximos dias. “Estamos reavaliando a trajetória e a blindagem da sonda para garantir sua segurança. Mesmo partículas de poucos milímetros, em alta velocidade, podem causar danos severos aos sensores”, explicou Nicola Fox, administradora associada da Divisão de Ciência Espacial da NASA.
A sonda, lançada em 2018, é um dos projetos mais ousados da história da exploração espacial. Criada para resistir a temperaturas superiores a 1.300 °C, ela realiza mergulhos periódicos na coroa solar para coletar dados sobre o campo magnético, as tempestades solares e o vento solar. O eventual impacto com partículas do cometa não comprometeria necessariamente sua missão, mas pode exigir manobras preventivas e pausas na coleta de dados enquanto a passagem do Atlas é monitorada.
Astrônomos destacam que a aproximação do 3I/Atlas também oferece uma oportunidade científica única. “Apesar do risco, esse encontro pode render informações valiosas sobre a interação entre poeira interestelar e o vento solar”, afirma o pesquisador brasileiro Ricardo Leite, do Observatório Nacional. A análise desses dados pode ajudar a compreender melhor como materiais de fora do Sistema Solar interagem com o nosso ambiente cósmico e como influenciam a formação planetária.
Os próximos dias serão decisivos para a equipe da NASA, que deve divulgar novos relatórios de acompanhamento e possíveis ajustes de trajetória. A expectativa é que a sonda atravesse a região crítica entre o fim de outubro e o início de novembro. Até lá, os cientistas seguem com todos os sistemas de monitoramento em alerta máximo. “É um evento raro e desafiador, mas também uma chance incrível de aprendizado. Estamos preparados para responder rapidamente, caso o risco aumente”, concluiu Fox.





