Universidade Federal do Maranhão (UFMA) lança nanossatélites no primeiro voo espacial comercial do Brasil
- edufribeiro07
- 24 de nov.
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A Universidade Federal do Maranhão (UFMA), vinculada ao Ministério da Educação (MEC), celebrou nesta semana um marco histórico ao anunciar que dois de seus nanossatélites os Jussara‑K e Pion BR2 Cientistas de Alcântara farão parte do primeiro voo espacial comercial realizado a partir do território brasileiro, por meio da Operação Spaceward 2025.
A decolagem está programada para ocorrer no dia 17 de dezembro de 2025, a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, a bordo do foguete sul-coreano HANBIT‑Nano. A ação marca não apenas um avanço institucional e acadêmico para a UFMA, mas representa também um passo significativo para o Programa Espacial Brasileiro, sobretudo no que se refere à comercialização de lançamentos a partir de solo nacional.
O Jussara-K, desenvolvido no Laboratório de Eletrônica e Sistemas Embarcados Espaciais (LABESEE) da UFMA, integra várias tecnologias nacionais, como antenas produzidas em parceria com a Universidade Federal de São João del‑Rei (UFSJ) e painéis solares fabricados pela universidade. Sua missão contempla a coleta de dados ambientais como temperatura, umidade e monóxido de carbono em regiões de lagoas, florestas e áreas agrícolas, contribuindo para monitoramento e prevenção de focos de queimadas.
Já o Pion BR2 – Cientistas de Alcântara é fruto de uma iniciativa que busca dar protagonismo a crianças das comunidades quilombolas da região de Alcântara. O satélite levará mensagens produzidas por cerca de 300 jovens participante do projeto. A iniciativa foi construída em parceria com a Agência Espacial Brasileira (AEB), a Fundação Sousândrade, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e a startup brasileira Pion.
O fato de o lançamento ocorrer a partir do CLA situado em uma localização geográfica privilegiada para lançamentos de veículos espaciais pela proximidade com a linha do Equador reforça ainda mais a relevância da operação para o Brasil. Para a UFMA, esse ciclo completo da concepção, desenvolvimento, integração, até o lançamento e recepção de dados representa um salto de
maturidade e confirma o papel da instituição como polo emergente em pesquisa aeroespacial no país.
Embora o anúncio traga muito otimismo, técnicos destacam que etapas futuras exigem monitoramento rigoroso, tanto da parte técnica quanto regulatória, dado que se trata de um voo comercial inédito no Brasil. Se bem-sucedido, o lançamento poderá abrir portas para novos contratos de lançamento, diversificação de satélites nacionais e integração de universidades a negócios espaciais.




