Surto de metanol no Brasil alarma autoridades e reacende debate contra bebidas adulteradas

O Brasil enfrenta uma tragédia silenciosa que ganhou atenção nacional: surtos de intoxicação por metanol vinculados ao consumo de bebidas adulteradas. Foram registrados mortes e dezenas de casos graves com cegueira, lesões neurológicas e complicações severas.

Em alerta epidemiológico recente, a OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde) apontou que o país já teve 16 casos confirmados e diversas investigações em curso. O consumo de bebidas sem registro, sem selo ou de procedência duvidosa representa risco elevado.

Além do fator toxicológico, o problema tem dimensão social: muitas vítimas são pessoas em situação vulnerável que recorrem a bebidas mais baratas ou de origem desconhecida. A fiscalização é fragilizada e a produção clandestina é difícil de rastrear.

Autoridades de saúde têm alertado a população: evitar destilados sem origem clara, checar selos, exigir nota fiscal e consumir somente marcas confiáveis. Muitas cidades já anunciaram operações para apreender estoques suspeitos.

Em meio à crise, um episódio polêmico chamou atenção: o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, fez um comentário considerado insensível ao dizer que só se preocuparia “quando começarem a falsificar Coca-Cola”. Ele precisou se retratar publicamente.

O surto reacende a urgência de políticas mais rígidas de vigilância sanitária, punição efetiva e campanhas educativas. Se a prevenção for negligenciada, o número de casos graves pode crescer rapidamente.