Setor de Alimentação Fora do Lar lidera crescimento do emprego formal
- Gabriele Galvão
- 5 de set.
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Dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), entre 2006 e 2023, revelam que o número de vínculos com carteira assinada no segmento praticamente dobrou: o crescimento registrado foi de 98%, muito acima da média nacional (56%). Com isso, o setor alimentação fora do lar foi responsável por um dos maiores avanços na geração de empregos formais no Brasil. No mesmo período, enquanto o conjunto da economia brasileira avançou 2,6% na taxa média anual de crescimento do emprego formal, os bares e restaurantes alcançaram um avanço de 4,1%, desempenho que confirma o papel do setor como um dos principais empregadores do país.
Mesmo com os impactos da pandemia, que provocaram uma perda de mais de 272 mil postos de trabalho formais em bares e restaurantes em 2020 (uma queda de 17,4%), o setor apresentou uma recuperação rápida e mostrou novamente sua força na economia. Em 2023, atingiu o maior patamar da série histórica, com 1,67 milhão de empregos formais registrados. No entanto, a alta informalidade no setor ainda é uma realidade. Segundo um levantamento realizado pela FGV em parceria com a Abrasel, ela abrange 41% dos trabalhadores de bares e restaurantes. “Esses dados revelam a situação de milhares de empresas que poderiam contratar mais, se tivessem condições melhores, e de trabalhadores que não têm acesso a direitos básicos”, afirma Paulo Solmucci, presidente executivo da Abrasel.
O modelo, previsto na legislação trabalhista desde 2017, permite a contratação de profissionais formais por hora e com jornada flexível, de acordo com a demanda do empregador e a disponibilidade do trabalhador. Especialmente vantajosos para setores com alta sazonalidade, os contratos intermitentes cresceram quase 60 vezes entre 2017 e 2023, passando de 7,3 mil para 416 mil vínculos, segundo a RAIS. Na alimentação fora do lar, o crescimento também foi expressivo: de apenas 315 contratos para 15,8 mil no mesmo intervalo de tempo.
A taxa média anual de crescimento dos contratos intermitentes no setor foi de 92,1%, consolidando o AFL como um dos principais usuários da modalidade. Dentre os diferentes tipos de estabelecimentos, os bares, em especial, quadruplicaram sua participação, passando de 2,5% para 24,2% dos vínculos intermitentes no setor. Ainda assim, dadas as vantagens que o regime proporciona às empresas do segmento, seu usufruto está abaixo do potencial que bares e restaurantes poderiam aproveitar. Nos Estados Unidos, por exemplo, 56% da mão de obra empregada na alimentação fora do lar trabalha em moldes similares, em um sistema chamado “part-time”, conforme dados do State of the Restaurant Industry 2025.





