Os avanços na cirurgia câncer de pele ampliam opções de tratamento
- Gabriele Galvão
- há 35 minutos
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O Dezembro Laranja chama a atenção para o câncer de pele, tipo de tumor mais frequente no Brasil e responsável por cerca de 30% de todos os diagnósticos oncológicos, segundo o Ministério da Saúde. A doença ultrapassa 220 mil novos casos por ano no país, e o tratamento cirúrgico segue sendo o principal recurso, especialmente quando o tumor é identificado precocemente. O coordenador do Núcleo de Oncologia do Hospital Mater Dei Salvador (HMDS), Cleydson Santos, lembra que a remoção cirúrgica continua sendo o pilar do tratamento. “Os carcinomas basocelular e espinocelular, que são os mais comuns, respondem muito bem à cirurgia. Quando conseguimos retirar totalmente a lesão com margens adequadas, o prognóstico costuma ser excelente”, afirma.
Além desses, há tumores menos frequentes, porém mais agressivos, como o melanoma — que se origina nos melanócitos e apresenta maior risco de disseminação — e o carcinoma de células de Merkel, considerado raro, mas altamente relevante devido ao seu comportamento agressivo. Ambos exigem atenção imediata e abordagem cirúrgica criteriosa, frequentemente associada a outros tratamentos. A indicação cirúrgica vale para tumores pequenos, lesões suspeitas, áreas de crescimento acelerado e casos que não respondem a terapias tópicas. Em melanomas, no carcinoma de Merkel ou em tumores avançados, a cirurgia também integra a primeira linha de tratamento.
As opções cirúrgicas evoluíram e hoje incluem excisão convencional, exame de congelação, cirurgia micrográfica e ressecções ampliadas para tumores mais agressivos. A cirurgia micrográfica permite examinar as margens da lesão durante o procedimento, garantindo retirada total e preservação de tecido saudável, especialmente em áreas como nariz, pálpebras e orelhas. Para avaliação com técnica de linfonodo sentinela e em casos mais avançados de linfadenectomia, o Mater Dei já utiliza cirurgias auxiliadas por robô. “Em algumas situações, como tumores com disseminação linfática, a cirurgia robótica oferece precisão, menor sangramento e recuperação mais rápida”, explica o cirurgião oncológico, André Bouzas.
A coordenadora do Núcleo de Oncologia do Hospital Mater Dei Emec (HMDE), Cíntia Andrade Costa, reforça que o planejamento é determinante para o sucesso cirúrgico. “A avaliação da profundidade da lesão, exames de imagem e escolha da técnica adequada orientam todo o procedimento. Cada paciente tem um plano terapêutico individualizado”, destaca a especialista. Ela também ressalta a importância do pós-operatório. “O paciente precisa entender os cuidados com curativo, exposição solar e sinais de alerta. O acompanhamento regular reduz o risco de recidiva e permite identificar novas lesões precocemente”, completa. O Ministério da Saúde estima que até 90% dos casos de câncer de pele poderiam ser evitados com medidas básicas de fotoproteção. Quando o diagnóstico é feito cedo, a cirurgia costuma ser simples e altamente eficaz. “Se o paciente procura avaliação ao notar mudanças na pele, as chances de cura são muito altas. Quanto antes operamos, melhores são os resultados”, conclui Bouzas, explicando que, o uso diário de protetor solar, barreiras físicas, evitar o sol intenso e observar alterações na pele continuam sendo as medidas mais confiáveis. O Dezembro Laranja reforça que prevenir ainda é o melhor caminho — e tratar cedo é determinante para salvar vidas.

