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Morte de Jimmy Cliff gera comoção e destaca sua profunda ligação com a Bahia

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O lendário músico jamaicano Jimmy Cliff, 81 anos, faleceu nesta segunda-feira, 24 de novembro de 2025, em decorrência de uma convulsão seguida de pneumonia. A notícia provocou comoção global, mas tomou contornos especialmente emotivos no Brasil e, em particular, na Bahia região com a qual o artista manteve um vínculo cultural, afetivo e artístico ao longo de décadas.


Cliff não foi apenas um visitante: ele estabeleceu raízes em Salvador, participou de shows históricos, gravou com artistas baianos e teve filha nascida no estado.  Sua chegada no início dos anos 1980 coincidiu com o momento em que o reggae começava a se consolidar na capital baiana, e sua presença ajudou a reforçar essa intersecção entre a música jamaicana e a cultura afro-baiana.


Em um dos episódios mais marcantes dessa conexão, Cliff se apresentou ao lado de Gilberto Gil em Salvador show que lotou o estádio da Fonte Nova e que até hoje é citado como marco na relação entre o reggae internacional e a música popular baiana. Além disso, ele colaborou com o bloco-afro Olodum, gravando partes do álbum Breakout (1992) em Salvador e unindo, em músicas como “Samba Reggae”, o pulsar dos tambores com o ritmo jamaicano.


No âmbito pessoal, o jamaicano também fez da Bahia uma casa: teve relacionamento com a artista plástica brasileira Sônia Gomes, mãe da cantora e atriz brasileira-baiana Nabiyah Be, nascida e criada em Salvador. A forte simbiose entre o artista, a cidade e a identidade local se expressou em declarações, participações culturais e até em afiliações esportivas ele chegou a envergar a camisa do clube local Esporte Clube Bahia e foi homenageado por ele.


Enquanto o mundo lembra Jimmy Cliff por sucessos como “You Can Get It If You Really Want”, “Many Rivers to Cross” e pelo filme The Harder They Come , no Brasil e na Bahia sua memória evoca também esse entrelaçar de culturas, ritmos e laços afetivos. Sua partida deixa um legado que ultrapassa o palco: confirma o papel da Bahia como território de encontro, resistência e criação musical e deixa claro que sua influência continuará viva nessa terra.

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