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Haddad afirma que ajuste fiscal depende de crescimento econômico sustentável

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou em evento recente que não há solução para as finanças públicas sem crescimento econômico consistente. Em sua visão, o ajuste fiscal não pode ser imposto apenas por cortes rígidos: é necessário promover expansão e geração de receita para manter equilíbrio sem sacrificar áreas essenciais. Ele enfatizou que responsabilidade fiscal não pode ser usada como desculpa para inflar inflação.



Durante o discurso, Haddad fez menção direta às tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, defendendo que o diálogo deve ser racional e não prejudicial ao comércio exterior. Ele destacou que o Brasil vive momento de tensão comercial e enfatizou que a resposta precisa ser negociada, não apenas retaliatória. O ministro reafirmou compromisso com disciplina, mas com inteligência no ajuste.


Haddad também contextualizou que, ao longo da última década, os gastos públicos médios (excluindo períodos pandêmicos) giraram em torno de 19,5 % do PIB. Atualmente, o percentual está abaixo desse patamar, o que mostra uma contenção natural de despesas. Segundo ele, o governo está tentando manter despesas sociais como saúde e educação, sem abrir mão de reajustes básicos.


Ele alertou que o ajuste puramente restritivo corre risco de sufocar a economia e prejudicar arrecadação. O caminho defendido é de estímulos seletivos, reformas estruturais e cooperação com o Congresso para aprovar medidas que deem fôlego ao crescimento. Haddad entende que crescimento real permitiria “endireitar” as contas sem recorrer a austeridade excessiva.


Especialistas comentam que essa fala sinaliza tentativa de conciliar mercado e sociedade: mostrar que há consciência da rigidez fiscal, mas que o governo entende os limites do ajuste puro. A retórica busca disciplinar expectativas e minimizar choque político ou recessão forte.


Se Haddad conseguir costurar apoio para medidas de estímulo e reformas, pode haver espaço para aliviar rigidez fiscal. Mas o tempo é curto, e desafios como inflação, câmbio e incerteza externa pressuram o processo decisório.



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