top of page

George R.R. Martin abre guerra contra IA após surgir ideia de continuação da saga via ChatGPT

ree

O escritor norte-americano George R.R. Martin, autor da série épica A Song of Ice and Fire, deu mais um passo firme na luta contra o uso não autorizado de suas obras por plataformas de inteligência artificial. A controvérsia veio à tona quando revelou-se que o modelo ChatGPT gerado por OpenAI, ao receber um prompt, sugeriu uma sequência alternativa para a saga de Martin um cenário que o autor interpretou como ultraje à sua propriedade criativa.


Na base da disputa está uma ação judicial que Martin move contra a OpenAI e a Microsoft, na qual a corte federal autorizou a continuidade da reclamação. Isso porque o sistema de IA, ao gerar ideias que evocam fortemente o universo de Martin--como personagens-tipo Targaryen, magias dracônicas ou tramas inéditas nos livros--pode estar violando direitos autorais.


Um dos episódios mais emblemáticos: um prompt criado durante o processo gerou-se no ChatGPT algo como “uma continuação de A Clash of Kings intitulada A Dance with Shadows”, com enredo que envolvia magia ancestral de dragões, herdeira Targaryen desconhecida chamada Lady Elara, e uma seita secreta dos Filhos da Floresta detalhes esses alegadamente derivados do universo de Martin.


Segundo Martin e seus advogados, esse tipo de geração de conteúdo por IA compromete não apenas seu controle sobre a obra, mas cria precedentes perigosos de mercantilização de universos autorais sem consentimento. Martin já havia manifestado que não permitiria outro autor concluir sua saga--o que torna ainda mais sensível o fato de que uma IA tente fazê-lo.


Especialistas em direitos autorais e tecnologia acompanham o caso como uma das primeiras grandes batalhas entre criadores humanos e sistemas de IA generativa capazes de criar narrativas quase inteiras baseadas em estilos, universos e personagens conhecidos. A questão vai além da violação de direitos: toca em ética, originalidade, remuneração e o futuro do trabalho criativo.


Para o fandom e para o mercado editorial, o desfecho do processo pode definir como obras de ficção altamente codificadas (como séries, universos estendidos, franquias) serão protegidas na era da IA e como os autores poderão negociar e preservar seus direitos frente à automação do storytelling.

bottom of page