Empréstimos bancários desaceleram em agosto por política monetária restritiva
- Cauã Costa
- 30 de set.
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O mais recente relatório do Banco Central apontou que o crescimento do crédito no Brasil apresentou desaceleração em agosto de 2025, com taxa anual caindo de 10,8% em julho para 10,1%. O movimento reflete os efeitos da política monetária restritiva, marcada pela manutenção dos juros em patamar elevado, o que dificulta tanto a demanda por empréstimos quanto a disposição dos bancos em ampliar suas carteiras.
De acordo com os dados, o impacto é mais perceptível entre consumidores e empresas de menor porte, que enfrentam maior dificuldade de acesso a financiamento e maior custo nas linhas disponíveis. Além disso, foi registrado um leve aumento nas taxas de inadimplência, especialmente nas chamadas operações de crédito “não designadas” — categoria que inclui empréstimos para consumo e microempreendedores.
Outro ponto de destaque foi a elevação das margens cobradas pelas instituições financeiras, tendência que reforça a percepção de encarecimento do crédito no país. Segundo analistas de mercado, o cenário atual reflete um duplo desafio: por um lado, a necessidade de controlar a inflação por meio de juros altos; por outro, a limitação no fôlego da economia real, já que famílias e empresas reduzem investimentos e consumo diante das dificuldades de financiamento.
Especialistas alertam que, caso os cortes de juros ocorram de forma mais lenta do que o esperado, a desaceleração do crédito poderá se intensificar nos próximos meses, restringindo ainda mais a atividade econômica e pressionando setores dependentes de capital de giro.





