Em evento de Ações Afirmativas, ativistas destacam papel das cotas na cultura brasileira
- edufribeiro07
- 10 de out.
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Recentemente, o Ministério da Cultura promoveu um evento com foco em Ações Afirmativas no setor cultural, reunindo ativistas, gestores e agentes culturais do Sudeste e Nordeste para debater como garantir diversidade efetiva dentro de instituições, produções e editais culturais.
As falas enfatizaram que cotas simbólicas já existem em muitos processos, mas nem sempre produzem mudança real. É necessário que políticas culturais considerem recortes étnico-raciais, de gênero, região e renda de forma articulada e transformadora.
Um dos pontos cruciais apresentados foi que a existência de cotas deve ir além da seleção: é preciso criar estrutura de apoio (mentoria, capacitação, redes de contato) para quem entra por essas vias não fique “isolado” entre os selecionados.
No painel Nordeste, artistas relataram que muitas vezes só conseguem projetos quando se inserem artificialmente em seus recortes, sem acesso pleno à rede de contato e interlocução. Isso limita o impacto simbólico das ações afirmativas.
Outro debate foi sobre financiamento e distribuição de recursos: que os editais culturais contemplem obrigatoriamente uma porcentagem para propostas de coletivos tradicionais, comunidades quilombolas, povos indígenas e grupos periféricos. Isso pode ajudar a descentrar a cultura das capitais.
Se esse tipo de evento gerar diretrizes praticáveis e compromissos institucionais reais, poderá se tornar marco na forma de pensar o acesso à cultura no Brasil — mais representativo, mais plural e mais justo.





