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Cortejo, fé e devoção marcaram as homenagens do Corpo de Bombeiros à Santa Bárbara

A festa uniu devotos da santa católica e de Iansã.
A festa uniu devotos da santa católica e de Iansã.

Missa, procissões, orações e o cumprimento de promessas marcaram as homenagens a Santa Bárbara ontem (4/12), no quartel do 1º Batalhão de Bombeiros Militar (1º BBM), na Barroquinha, em Salvador. Na ocasião, milhares de fiéis vestidos de vermelho e branco lotaram o pátio da unidade para agradecer e festejar Santa Bárbara na celebração católica, e a Iansã ou Oyá, nas religiões de matriz afro-brasileira. “Amo essas manifestações culturais da Bahia, onde o sagrado e o profano se misturam. Aqui nas festas populares há uma expressão da alegria cristã e da partilha comunitária, pois a fé está no coração de cada um, independentemente de sua crença”, disse a advogada paulista, Keila Santana.


O comandante-geral do CBMBA, coronel BM Aloisio Fernandes declarou que o objetivo do evento é manter viva a tradição da santa que se tornou padroeira do Corpo de Bombeiros devido à sua associação com raios, trovões, tempestades e fogo. “Ela é nossa padroeira e tem uma história de luta, devoção e doação. Nós, bombeiros, também nos doamos e não medimos esforços para salvaguardar vidas e patrimônios. Pedimos que ela nos proteja diariamente, em todas as nossas atividades, principalmente as mais desafiadoras”, afirmou, lembrando que, a relação dos bombeiros com Santa Bárbara começou quando um incêndio atingiu o Mercado de Santa Bárbara, no Centro Histórico há algumas décadas e durante a tragédia, a imagem da santa foi retirada do local e levada para o quartel da Barroquinha, onde permaneceu até a restauração do imóvel. Naquele momento de tensão, muitos devotos pediram pela intercessão da santa para que os bombeiros conseguissem controlar o fogo e o pedido foi atendido.


A comunicadora Dina Rachid, que esteve, pela primeira vez, na festa, se emocionou com a alegria, energia e força da procissão. “Estou encantada com a dimensão das reverências à homenageada, com certeza essas ações são essenciais para a manutenção das tradições. É no sincretismo que elevamos a resistência do povo baiano, que mantém viva suas crenças por meio das festas populares”, disse.


Cerca de 150 bombeiros militares atuaram na organização do evento para garantir a segurança e acolhimento do público, que foi agraciado com um banho de água benta lançado pela Auto Escada Plataforma Aérea (AEPA) e 1.500 quentinhas de caruru. “Venho todos os anos renovar meus pedidos e agradecimento a minha mãe Oyá. Ela que projete a minha família há gerações e em especial, meu filho que se tornou bombeiro. Essa festa valoriza e fortalece nossa cultura popular tão mística e linda”, disse a dona de casa, Sophia Aragão, parabenizando o Corpo de Bombeiros pela iniciativa.

 
 
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