Cobertura do 5G atinge 64% da população, mas uso efetivo segue baixo e desigual
- edufribeiro07
- há 6 dias
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A cobertura da tecnologia 5G no Brasil já alcança cerca de 63,6 % da população, superando com antecedência a meta estabelecida pela Anatel, prevista para 2027. Apesar desse avanço rápido da infraestrutura, diversos estudos e relatórios internacionais revelam que o uso efetivo da rede ou seja, a adoção consistente da internet móvel de alta velocidade continua bem abaixo do potencial, evidenciando o que especialistas chamam de “gap de uso”.
Avanços recentes na cobertura
Desde a sua implantação comercial no país, o 5G teve rápida expansão: a ativação antecipada da faixa de 3,5 GHz e investimentos em infraestrutura contribuíram para que a meta oficial fosse ultrapassada já em 2025. A cobertura alcança tanto capitais quanto diversas áreas metropolitanas, o que representa avanço considerável frente aos anos anteriores abrindo possibilidade de novos serviços, maior velocidade de conexão e acesso a tecnologias que dependem de baixa latência.
Mas a adoção real ainda demora
Apesar da cobertura técnica, nem todos os usuários têm acesso ou aproveitam plenamente a rede 5G. Um relatório recente da GSMA mostra que globalmente existe uma importante lacuna entre área coberta e uso efetivo da internet móvel: cerca de 38% da população vive em regiões com rede disponível mas não utiliza o serviço. Isso significa que barreiras como custo de aparelhos compatíveis, planos caros, falta de disseminação de serviços 5G ou baixa familiaridade com tecnologia continuam limitando o impacto real da cobertura.
Fatores que limitam a difusão
Os especialistas apontam várias razões para esse descompasso entre elas:
Muitos usuários ainda não têm smartphones compatíveis com 5G.
Planos de dados móveis continuam caros para parcela significativa da população.
Falta de conscientização sobre os benefícios do 5G ou ausência de serviços que demandem tanta velocidade.
Desigualdades regionais: embora a cobertura exista, áreas periféricas e municípios pequenos podem ter menos oportunidades de adoção ou limitar os investimentos em aparelhos.
Essa combinação contribui para que a mera presença do sinal 5G não se traduza automaticamente em conectividade de qualidade ou uso frequente.
Consequências e desafios para inclusão digital
O contraste entre cobertura e uso efetivo reforça uma complexidade: expandir infraestrutura não é suficiente para garantir inclusão digital. Para que o 5G realmente traga benefícios como acesso a serviços avançados, telemedicina, educação remota, economia digital, transmissão de dados de alta demanda é necessário que o acesso seja democratizado e viável. Isso demanda não apenas sinal, mas dispositivos adequados, planos acessíveis, políticas públicas e oferta de conteúdo compatível.
No Brasil, o desafio é especialmente relevante diante das desigualdades socioeconômicas e geográficas: garantir que 5G alcance periferias, interior e comunidades periféricas exige mais do que antenas — exige compromisso com acessibilidade, capacitação digital e justiça social.
Conclusão: cobertura existe mas uso efetivo precisa ser estimulado
O Brasil vive um momento histórico na expansão de conectividade: 5G já cobre cerca de dois terços da população, superando metas planejadas. Porém, a transformação digital prometida pela tecnologia depende agora da adoção consciente e massiva o “gap de uso” evidencia que há ainda um longo caminho para que a promessa se concretize. A infraestrutura existe; o próximo passo é garantir que todos possam usar e se beneficiar dela.





