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Cibercrime se tornará totalmente industrializado em 2026, prevê Trend Micro

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Em seu relatório mais recente, a Trend Micro aponta que o ano de 2026 marcará um ponto de virada no qual o cibercrime deixará de ser predominantemente organizado por grupos amadores ou isolados para assumir características de uma operação industrial em escala global. A tendência aponta para automação massiva, uso extensivo de inteligência artificial (IA) para atacar infraestruturas em nuvem, cadeias de fornecimento de software e ambientes híbridos de TI.


Segundo o documento, os criminosos digitais já contam com ferramentas de geração automática de malware, sistemas que se adaptam em tempo real e campanhas de invasão autônomas impulsionadas por IA. Em particular, destaca-se o uso de malwares polimórficos que reescrevem seu próprio código, técnicas de engenharia social apoiadas por deepfakes, além de agentes de IA que operam quase sem intervenção humana.


O relatório ainda enfatiza que os vetores de ataque terão como foco primário ambientes de nuvem híbrida, cadeias de fornecimento de software, identidades com privilégios excessivos e pacotes de código aberto envenenados. Outro alerta importante é em relação à estratégia “colha agora, decripte depois” (harvest-now, decrypt-later), que permite aos atacantes armazenar dados sensíveis ou credenciais para uso futuro, inclusive frente ao avanço da computação quântica.


Para organizações e profissionais de segurança da informação, isso significa que o ciclo de ataque e defesa torna-se mais veloz, escalável e automatizado amedrontadoramente semelhante à lógica industrial de produção em massa. A dependência crescente de sistemas conectados, containers, suítes de desenvolvimento de IA e recursos em nuvem tornam praticamente inevitável que empresas de todos os portes se tornem alvo. A lacuna entre tecnologia, processos e pessoas se tornará mais crítica do que nunca.


No Brasil, embora o relatório não traga dados específicos para o país, o panorama global serve como alerta para que empresas, governos e instituições educacionais revisem suas políticas de cibersegurança sobretudo ao adotar IA, ao migrar para nuvem ou ao integrar ambientes legados. Uma abordagem preventiva que envolva monitoramento contínuo, governança de identidade, segmentação de redes e conscientização de usuários será essencial para mitigar o risco dessa “industrialização” do crime digital.


Diante desse contexto, a recomendação da Trend Micro é clara: não basta mais reagir aos incidentes; é preciso antecipá-los. Investimentos em plataformas que combinam visibilidade de rede, inteligência artificial defensiva, automação de resposta e cultura de segurança organizacional deixarão de ser diferenciais e se tornarão requisitos mínimos para sobreviver em 2026.


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