Celebração de Santa Bárbara abre oficialmente o calendário de festas populares de Salvador
- edufribeiro07
- há 4 dias
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A celebração de Santa Bárbara, realizada nesta quarta-feira, 4 de dezembro, marcou oficialmente o início do calendário de festas populares de Salvador, reunindo milhares de fiéis, moradores e visitantes no Centro Histórico. A data, uma das mais tradicionais da capital baiana, mistura elementos do catolicismo e do candomblé, simbolizando a forte herança religiosa da cidade e a convivência harmoniosa entre diferentes expressões de fé. Desde as primeiras horas do dia, o vermelho característico da santa tomou as ruas do Pelourinho, confirmando a relevância cultural e afetiva dessa manifestação para o povo baiano.
A programação começou com a missa solene na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, seguida da tradicional procissão pelas ladeiras históricas. O cortejo, acompanhado por cânticos, fogos e manifestações de devoção, reforça ano após ano a importância de Santa Bárbara como protetora contra tempestades, trovões e incêndios, além de representar a força feminina dentro das tradições populares. A presença de baianas, grupos culturais e devotos reforçou o caráter comunitário da celebração, que preserva costumes seculares e fortalece o sentimento de pertencimento.
No candomblé, Santa Bárbara é sincretizada com Iansã, orixá dos ventos, do fogo e das tempestades, e essa fusão histórica torna a festa ainda mais rica e significativa. Terreiros e adeptos da religião acompanharam a celebração levando cores, símbolos e toques de atabaque que completam a atmosfera espiritual da data. A coexistência dessas tradições transforma o evento em um dos maiores exemplos de diversidade religiosa do Brasil, atraindo estudiosos, turistas e curiosos que buscam compreender esse fenômeno cultural tão característico da Bahia.
Além da dimensão religiosa, a festa movimenta a economia local ao impulsionar o comércio informal, restaurantes, bares e serviços turísticos. A culinária típica tem papel central nas ruas do Centro Histórico, onde o caruru, o acarajé, o xinxim e outras preparações tradicionais são servidos como parte do ritual gastronômico da celebração. O aumento do fluxo de pessoas beneficia trabalhadores autônomos e fortalece a dinâmica econômica de bairros históricos, que dependem fortemente dos grandes eventos culturais para manter sua vitalidade ao longo do ano.
A abertura do calendário festivo também marca o início de um período de intensa movimentação cultural em Salvador, que inclui datas como Nossa Senhora da Conceição da Praia, Santa Luzia, Lavagem do Bonfim, Festa de Iemanjá e Carnaval. Essas celebrações, distribuídas entre dezembro e fevereiro, formam um dos ciclos culturais mais importantes do país e desempenham papel decisivo na projeção turística da cidade. Autoridades municipais destacam que a agenda de festas populares representa não apenas um patrimônio imaterial, mas um ativo estratégico para o desenvolvimento econômico e social da capital.
Com a celebração de Santa Bárbara, Salvador reafirma sua identidade como cidade de tradições profundas, religiosidade vibrante e manifestações coletivas que resistem ao tempo. A festa inaugura um ciclo de encontros, rituais e expressões artísticas que moldam a vida cultural da Bahia e fortalecem a relação entre fé, memória e comunidade. Para moradores e visitantes, a data não é apenas o início de um calendário, mas o renascimento de um espírito festivo que acompanha a capital ao longo de todo o verão.





