Brasil ainda importa parcela relevante de combustíveis refinados apesar de alta produção de petróleo

Apesar de o Brasil exportar volumes expressivos de petróleo bruto especialmente das bacias do pré-sal, o país ainda depende de importações de combustíveis refinados. Dados recentes apontam que até 25% do diesel utilizado e 10% da gasolina consumida no mercado interno são importados em razão de limitações no refino nacional.

Esse paradoxo energético decorre de gargalos estruturais: refinarias antigas, capacidade de processamento insuficiente para atender toda a demanda interna, custos logísticos elevados e custos unitários de importação que oneram o consumidor.

Enquanto o Brasil aprofunda sua produção de petróleo bruto, incluindo exploração em águas profundas e expansões de campos, o investimento em refinarias nacionais ou em modernização de refinarias existentes tem sido menor ou mais lento. Isso significa que parte da cadeia produtiva permanece dependente de importação para suprir o consumo doméstico.

Consumidores sentem esse impacto no preço final dos combustíveis, especialmente em momentos de câmbio desfavorável ou quando há variações no petróleo internacional que elevam os custos de importação. Cenários de crise cambial ou elevação de frete internacional impactam diretamente o preço nas bombas.

Para o governo, esse desequilíbrio gera pressão política e fiscal: há chamadas por políticas públicas de incentivo à indústria de refino, subsídios ou regimes regulatórios mais favoráveis para tornar o refino no Brasil mais competitivo.

Também repercute no meio ambiente, pois transporte de combustíveis importados e logística envolvida têm impactos adicionais, além de menos controle direto do governo sobre qualidade e formulação dos combustíveis adquiridos externamente.

Setores ligados ao transporte, agricultura, logística e indústria têm forte interesse em mudanças nesse modelo, buscando segurança no fornecimento, previsibilidade de custos e maior autonomia do parque energético nacional.