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Banco Central vê sinais de resiliência na economia apesar da desaceleração

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O governador do Banco Central, Gabriel Galipolo, afirmou que o Brasil ainda apresenta sinais de resiliência econômica, apesar do cenário de desaceleração global e das pressões inflacionárias persistentes. Segundo ele, o mercado de trabalho permanece relativamente robusto e há demanda interna que sustenta algumas atividades. No entanto, Galipolo admitiu que manter taxas de juros tão elevadas por muito tempo será desafiador. A estratégia continuará sendo guiada por dados econômicos.



Ele ressaltou que a atual política monetária deve permanecer cautelosa, dado que a inflação deve seguir acima da meta de 3 % até, pelo menos, início de 2027. O Banco Central optou por manter a taxa Selic em 15 % nas últimas reuniões, como forma de conter pressões de preços. Apesar do alto custo desse patamar para crédito e investimento, a autoridade monetária entende que ainda não há espaço seguro para afrouxamentos.


Segundo Galipolo, a economia ainda apresenta componentes positivos: a conta corrente mostra déficit por forte demanda doméstica, e não por retração externa, o que demonstra que o Brasil segue em condição de absorver parte dos choques externos. O endurecimento monetário já afetou segmentos sensíveis, mas até agora os efeitos mais profundos ainda não se manifestaram em dados mais amplos.



No discurso, foram mencionadas advertências: prolongar juros muito altos pode prejudicar investimentos, crédito e crescimento. O BC reconhece esse risco e diz que acompanhará de perto os indicadores para calibrar sua atuação. O equilíbrio entre conter inflação e estimular a economia será peça central nas próximas decisões.


Analistas veem no tom de Galipolo margem para interpretação: alguns entendem que o BC pode começar a sinalizar cortes leves em 2026, caso a inflação realmente mostre trajetória de convergência. Outros mantêm cautela, destacando incertezas externas e riscos fiscais.


Se o Banco Central conseguir conciliar esse equilíbrio, poderá demonstrar credibilidade e estabilidade no ciclo monetário. Mas o desafio de sustentar crescimento com juros altos segue sendo um dos maiores dilemas da política econômica brasileira.



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