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Atividade econômica brasileira tem alta de 0,4% nos últimos meses, aponta IBC-Br

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No mês de agosto de 2025, a economia brasileira mostrou recuperação, com o índice IBC-Br apresentando crescimento de 0,4% em relação a julho. O resultado reverteu a queda verificada no mês anterior e foi divulgado pelo Banco Central como uma prévia da evolução do PIB. Nos últimos 12 meses, o indicador acumula alta de 3,2%, enquanto no acumulado do ano registra 2,6%, sinalizando um cenário de estabilidade relativa para a atividade econômica. A forte participação dos setores de indústria, comércio e serviços pode ter impulsionado a retomada, embora o cenário ainda esteja marcado por incertezas externas e pressões inflacionárias. Esse crescimento modesto alimenta especulações no mercado sobre a possibilidade de cortes futuros na taxa Selic, mas analistas defendem cautela, considerando o cenário fiscal e os ruídos políticos.


A leitura do IBC-Br influencia diretamente as decisões do Copom, que já mantém a Selic em 15% ao ano, buscando equilibrar controle de preços e estímulo ao crescimento. A persistência das taxas elevadas mostra o receio em relação à inflação e à credibilidade das contas públicas. Para muitos operadores do mercado, o desafio será fazer com que a retomada da atividade se traduza em geração de emprego e investimentos reais, sem descuidar do equilíbrio fiscal. A tonalidade desse dado é considerada positiva, mas ainda insuficiente para garantir previsões mais otimistas no curto prazo.


Setores mais sensíveis às variações cíclicas, como construção civil e varejo, reagiram com leve otimismo nas últimas semanas. Há indícios de que estimuladas por promoções e campanhas comerciais, algumas empresas anteciparam compras e reforçaram estoques. Entretanto, o setor industrial ainda enfrenta gargalos logísticos e custos de produção elevados, o que limita margens de expansão abrupta. Na agropecuária, chuvas favoráveis em algumas regiões contribuíram para elevação de produção de grãos um fator que pode ter dado suporte modesto ao resultado agregado.


No mercado financeiro, a divulgação desse dado foi recebida com expectativa. Ao longo do dia, o Ibovespa recuou levemente, enquanto o dólar operou em leve desvalorização, refletindo ajustes de expectativa. Investidores avaliam com cautela o impacto desse número nas apostas por cortes de juros, mas reconhecem que a mediana do mercado pode ajustar projeções para 2026. A trajetória dos preços de commodities e as condições globais também pesam nesse cálculo.


A economia brasileira parece ganhar fôlego modesto em agosto, mas o desafio será sustentar esse ritmo de modo consistente. Nos próximos meses, a atenção se voltará a dados de inflação, câmbio e a capacidade política de manter equilíbrio fiscal, para que o crescimento se torne mais robusto. O panorama mostra que qualquer avanço estrutural dependerá de um ambiente mais favorável e de reformas que deem segurança aos agentes econômicos.


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