Anvisa aprova 1ª vacina de dose única nacional contra a dengue produzida pelo Instituto Butantan
- edufribeiro07
- 26 de nov.
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Nesta quarta-feira (26), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro da vacina Butantan‑DV a primeira do mundo contra dengue a ser aplicada em dose única e produzida integralmente no Brasil. Trata-se de um marco histórico para a saúde pública nacional, ao oferecer uma ferramenta eficaz e de fácil logística para a prevenção da doença, especialmente em um país que convive há décadas com surtos periódicos de dengue.
A Butantan-DV é uma vacina tetravalente, ou seja, protege contra os quatro sorotipos do vírus da dengue atributo fundamental diante da circulação simultânea desses vírus em várias regiões do Brasil. Os dados dos ensaios clínicos, que contaram com acompanhamento por até cinco anos, indicam eficácia geral da ordem de 74,7%, com proteção superior a 90% contra formas graves da doença e hospitalizações. Esse perfil de eficácia, aliado à dose única, tende a facilitar a adesão e a cobertura vacinal em massa, tornando a imunização mais acessível e prática.
A aprovação ocorre em um momento crítico: o país atravessa ciclos de alta incidência de dengue, e a busca por controle da doença torna-se ainda mais urgente. O governo federal e o Instituto Butantan informaram que a vacina deverá ser incluída no Programa Nacional de Imunizações (PNI) via Sistema Único de Saúde (SUS) provavelmente a partir do início de 2026.
O Instituto Butantan já tem cerca de 1 milhão de doses prontas para distribuição, e uma parceria com a empresa chinesa WuXi Biologics deve viabilizar uma produção ampliada com expectativa de entregar cerca de 30 milhões de doses até o segundo semestre de 2026, de acordo com informações oficiais. Essa capacidade de escala é estratégica para garantir a oferta nacional do imunizante e permitir a vacinação em massa, contribuindo significativamente para o controle da dengue no Brasil.
Para os especialistas em saúde pública, a Butantan-DV representa um passo importante não só no combate imediato à dengue, mas também no fortalecimento da autonomia do Brasil em biotecnologia e vacinas. A produção nacional reduz dependências externas e mostra o valor do investimento em pesquisa e desenvolvimento internos, além de representar uma vitória para a ciência e para o SUS.
Diante da aprovação, o desafio agora será garantir uma implementação rápida, eficiente e com ampla cobertura. Isso envolve logística de distribuição, campanhas de mobilização, monitoramento contínuo de segurança e eficácia, e articulação com estados e municípios para incluir a vacina no calendário nacional passos essenciais para que a novidade se traduza em redução de casos, internações e mortes por dengue.





