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19 de novembro é oficialmente celebrado como o Dia do Cordelista; gênero é Patrimônio Cultural Imaterial

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No dia 19 de novembro de 2025, o Brasil celebra o Literatura de Cordel com o reconhecimento de seus protagonistas os cordelistas em homenagem ao nascimento de Leandro Gomes de Barros, nascido em 19 de novembro de 1865. O Dia do Cordelista destaca não apenas a figura individual, mas reafirma o valor coletivo de uma tradição literária popular que tece rimas, xilogravuras e memórias brasileiras.


O reconhecimento institucional desse gênero literário aconteceu em 19 de setembro de 2018, quando o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) declarou a literatura de cordel como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil. Essa chancela abre caminho para políticas de salvaguarda, incentivo à produção e valorização dos folhetos, declamações e práticas associadas aos cordelistas.


A literatura de cordel nasce da intersecção entre tradição oral e produção impressa: pequenas publicações em versos rimados, frequentemente ilustradas por xilogravuras, penduradas ou distribuídas em feiras populares um legado cultural que chegou ao país via Nordeste e se difundiu amplamente. O reconhecimento como patrimônio não apenas resguarda esse tipo de produção, mas também evidencia como o cordel atua como instrumento de registro de histórias locais, críticas sociais, humor, saberes populares e identidade regional.


No âmbito cultural, o Dia do Cordelista assume um papel simbólico e ritual: escolas, associações culturais, livrarias populares e feiras organizam rodas de leitura, oficinas de xilogravura e declamações públicas para destacar os poetas populares que perpetuam a tradição. Essa data fortalece o reconhecimento dos cordelistas como agentes culturais e não apenas produtores literários autônomos.


Para o cenário literário e educacional, esse reconhecimento abre janelas de oportunidade. Instituições de ensino podem integrar o cordel em atividades de leitura, produção de texto e arte visual; espaços culturais podem promover editais e residências para cordelistas; governos estaduais e municipais podem incluir linhas de fomento específicas para esse gênero. Tal movimento coaduna com as diretrizes de preservação e fomento à cultura popular e à economia criativa.


No entanto, o desafio segue alinhado à necessidade de ampliação da visibilidade, da digitalização de acervos, da formação de novas gerações de cordelistas e da inserção desses poetas em circuitos literários mais amplos preservando ao mesmo tempo a autonomia, a oralidade e a estética popular que definem o cordel. A data de 19 de novembro funciona, portanto, como estímulo à reflexão e à ação a favor dessa expressão cultural brasileira viva.


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